março 2016 | Teresa sem medo

Marcelo - O Papa Português

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Foto: Diário de Notícias.

Afinal, Portugal também tem um Papa:
Marcelo Rebelo de Sousa! 

O novo Presidente da República ultrapassou qualquer modelo instituído das normas do que deve ser e não ser um Presidente da República. Marcelo chegou discreto, tal como o Papa Francisco. Marcelo não precisou das insígnias de ouro para lhe marcarem o cargo. Para lhe certificarem o Poder. Nem tão pouco do staff de uma segurança pessoal.

Porque Marcelo não precisa. Não está agarrado a qualquer tipo de poder político, social, institucional, económico ou religioso. Marcelo é assim. Ele mesmo. Um Presidente Marcelo sem medo. Que não precisa que lhe digam para onde ir ou como ir. É ele que define o seu caminho. O certo e o errado. Se vai a pé ou escolhe ir na miragem de um carro topo de gama que apenas faz com que os portugueses comparem a sua situação com a do Homem que entretanto foi eleito como Presidente de Todos os Portugueses.

Marcelo podia de facto ser um Franciscano. Por aí. Sem medo de onde o destino o leva. Porque o destino dos homens grandes é feito por si mesmos.

Não menos importante, ou o mais importante de tudo: os afectos e a proximidade. A empatia. A envolvência. A curiosidade genuína pelo que se passa. O sorriso aberto, sem receio de ser exagerado ou mal entendido. Sem receio de perder a pose do cargo.

E não é por ser próximo, emotivo e assumir algumas das suas fragilidades que Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, perde o seu poder. Ao contrário, é exactamente isso que lhe confere aquilo que se designa por Poder e Legitimidade genuínos.

Os portugueses precisavam disso. Porque os portugueses estão cansados de uma vida sem esperança. Marcelo significa Cura Emocional e Portugal já merecia um Presidente assim. Simplesmente humano.


Teresa Marta

Fazer do medo Coragem: Resgatar a Vida

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É  a concretização de um sonho antigo, este meu primeiro livro – Fazer do Medo Coragem. Um livro que surge como corolário de um processo de resgate da minha vida.

De facto, tornei-me perita em esticar a fasquia e elevei sempre os meus limites até ao limite máximo. Se as coisas não aconteciam, eu forçava-as a acontecerem. Fui uma controladora típica. Tentava controlar os outros, os acontecimentos, mas, sobretudo, controlava-me.

Este processo ocorria porque eu tinha medo de deixar que simplesmente as coisas decorressem nos seus ritmos. Acreditava que se largasse o controle fracassava. Com isso, acabei por me concentrar muitas vezes naquilo que não tinha, na falta, no que não era.
Andei a fazer de super-mulher anos e anos a fio. Esgotei-me a mim e aos outros. Era super exigente comigo, com os resultados e com os resultados dos meus colaboradores e das pessoas que comigo partilhavam a sua vida. No fundo, eu tinha medo de deixar acontecer. Medo de me permitir abandonar o controlo dos resultados.

Nesta labuta em que vivi tantos anos, esgotei a minha identidade e cheguei a vender a alma ao diabo. Que é como quem diz, para não me abandonarem, para não enfrentar o meu medo da carência e o meu medo de ficar sozinha, aceitava que me usassem como arma de guerra, como bulldozer. Vivi muitos anos angustiada. Não devido ao que era. Mas a tentar ser aquilo que julgava dever ser.

Só quando atingi os meus limites, quando a vida me obrigou a parar, oferecendo-me uma doença como companhia, só nesse momento comecei a focar-me naquilo que era de facto importante para mim e para a minha vida. Costumo dizer aos meus trainees que a vida só começa a fazer sentido quando deixamos sair a nossa humanidade e enterramos a armadura de guerra que carregamos como se essa fosse a única solução. Nessa fase de redenção, que nos mete tanto medo, pelo menos a mim meteu-me, começamos a acreditar que ainda vale a pena. A acreditar, em primeiro lugar, que nós valemos a pena!



É este meu percurso, ao longo de 25 anos, que descrevo no Fazer do Medo Coragem. São 192 páginas, com 10 histórias reais de pessoas como nós, também elas a fazer o seu caminho em busca da felicidade.

Com Prefácio de Helena Sacadura Cabral, este livro é para consumir devagar, passo a passo, construindo as bases do resgate da nossa Coragem, que um dia deixámos para trás.